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ALINHAMENTO PARTIDÁRIO E GOVERNISMO NA CÂMARA

Atualizado: 16 de abr. de 2020

Neste mês, atualizamos dois indicadores globais do comportamento dos deputados no plenário da Câmara: 1) o alinhamento dos partidos nas votações; e 2) a taxa de governismo. Olhamos para as 202 votações nominais realizadas no plenário da Casa até o fim de agosto. Eram 142 em nossa análise anterior.


Para o alinhamento partidário, novamente adotamos uma metodologia reconhecida na ciência política que compara as semelhanças e diferenças entre os padrões de votação de cada deputado, estimando as posições ideais dos parlamentares. Cada deputado foi posicionado numa escala de -10 a +10 e calculamos a média da pontuação dos partidos.


Posição dos partidos em votações nominais na Câmara.

Fonte: Câmara dos Deputados. Dados Abertos. 03/09/2019.


Na comparação com o mês anterior, apesar da inclusão de 60 votações na análise, o alinhamento geral entre os partidos permanece consistente. PT, PSOL e PC do B seguem formando um bloco identificável de oposição, com deputados do PSB e PDT revelando importante proximidade; enquanto PSL e NOVO consolidam a posição central de defesa do governo no legislativo.


Vale lembrar que os pontos na figura são as médias de cada partido. Reportamos também uma medida de variação intrapartidária, representada pelas linhas no gráfico. Isso reforça a ideia em torno de um grupo de centro, incluindo vários partidos que não são significativamente diferentes entre si nas votações, bem como a existência de divergência de posições em algumas agremiações, a exemplo de PSB, PDT e Podemos.


Já para nossa taxa de governismo, separamos apenas as votações nominais no plenário em que houve orientação da liderança do governo pelo voto “sim” ou “não” (157 dos 202 casos em 2019). Em seguida, verificamos, deputado a deputado e votação por votação, se os parlamentares registraram seu voto no mesmo sentido da indicação do líder do governo. Abstenções e obstruções também são consideradas na conta. Finalmente, calculamos a média do apoio dos congressistas por votação e governo.


Apoio ao governo Bolsonaro em votações nominais na Câmara (%).

Pontos representam votações nominais. Curva de tendência por regressão local.

Fonte: Câmara dos Deputados. Dados Abertos. 03/09/2019.


Na comparação com os números até o fim de junho, embora o governo Bolsonaro não tenha conseguido apoio majoritário em duas votações, não mais se percebe tendência de queda, mas certa estabilidade em torno da média de governismo, atualmente de 77,4%. Essa taxa supera ambos governos de Dilma Rousseff para intervalos de tempo semelhante (76% em 2011 e 63,6% em 2015), mas continua abaixo do mesmo indicador para os mandatos de Lula (81,3% em 2003 e 81% em 2007).

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